Escore de Condição Corporal ao parto, a chave do sucesso!

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Mariane Ferro

A avaliação do Escore de Condição Corporal (ECC) é uma prática fundamental para qualquer sistema de produção de gado de corte, especialmente nas fazendas de cria. Ter um bom o escore de condição corporal ao parto é essencial para garantir que as matrizes apresentem boas taxas de prenhez na próxima estação de monta.

O ECC oferece uma visão clara do estado nutricional dos animais e influencia diretamente a eficiência reprodutiva e a saúde geral do rebanho. Sendo assim, entender por que e como avaliar o ECC é crucial para maximizar a produtividade e a rentabilidade das fazendas.

A Importância do Escore de Condição Corporal

Uma das principais razões para avaliar o ECC é sua relação direta com a prenhez. Vacas bem nutridas têm melhores taxas de concepção. Isso ocorre porque o animal prioriza o uso da energia para manutenção, crescimento, gestação e lactação, deixando a reprodução por último. Portanto, ter “reserva”, ou seja, um bom ECC, é fundamental para que o animal emprenhe de forma eficiente.

Embora um ECC alto não seja necessariamente um problema em gado de corte, ele pode indicar um uso ineficiente dos recursos. Gastar recursos excessivos para alcançar um ECC muito elevado pode resultar em desperdícios, quando esses recursos poderiam ser utilizados de forma mais estratégica para beneficiar o rebanho como um todo.

O ECC ao parto é um ponto crucial para garantir que a vaca volte a emprenhar na próxima estação. Quando a vaca pare em boas condições, ela tem reservas suficientes para voltar a ciclar mais cedo, o que garante uma nova prenhez mais rapidamente. Este ciclo eficiente de prenhez e parição é essencial para a produtividade contínua da fazenda (Figura 1 e 2). Perceba que, mais importante do que o ECC na IATF e/ou o comportamento do ECC do parto, é o escore de condição corporal ao parto.

Numero de vacas ciclando pós parto
Efeito do ECC ao parto na prenhez das vacas

Na fazenda de cria, normalmente avaliamos o ECC durante os manejos reprodutivos, como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e o Diagnóstico de Gestação (DG). No entanto, nessas situações, poucas ações corretivas podem ser tomadas. Do ponto de vista de planejamento nutricional. Sendo assim, é essencial adotar a avaliação do ECC em outros momentos estratégicos, como na desmama e no parto.

Na desmama, quando o bezerro é separado da vaca, há uma redução nas exigências nutricionais da vaca, criando uma oportunidade para desenvolver um plano de ação que vise melhorar o ECC até o parto. No parto, a avaliação do ECC valida a efetividade do protocolo nutricional adotado e gera expectativas sobre os resultados reprodutivos futuros.

Avaliar o ECC de maneira sistemática em momentos estratégicos do ciclo produtivo é uma ferramenta poderosa para maximizar a eficiência reprodutiva, otimizar o uso de recursos e promover a saúde e o bem-estar do rebanho. Ter um bom escore de condição corporal ao parto é crucial para o sucesso. Implementar essa prática é essencial para qualquer produtor que busca alcançar melhores resultados e maior lucratividade em sua fazenda de cria.

Planejamento Nutricional Estratégico

Na desmama, temos a oportunidade de criar um plano nutricional que permita chegar ao parto com as vacas apresentando um ECC entre 3 a 3,5 (em uma escala de 1 a 5). Este intervalo é considerado ideal para garantir que as vacas tenham reservas suficientes para suportar a lactação e a recuperação reprodutiva pós-parto, aumentando a eficiência do ciclo produtivo.

O primeiro ponto que precisamos entender é que para ganhar 0,5 ponto de ECC, o animal precisa ter um ganho de 5 a 7% do seu peso corporal. Com base nisso, podemos planejar a meta de ganho médio diário (GMD) e avaliar as estratégias nutricionais que permitirão atingir essa meta. Isso inclui ajustar a suplementação, manejo de pastagem e a composição das dietas para garantir que os animais recebam os nutrientes necessários para esse ganho (Figura 3).

Ganho para recuperar ECC nas vacas

Em um lote, frequentemente encontramos animais com variações significativas no ECC. Isso compromete o potencial de resposta do lote como um todo, pois animais com bom ECC responderão menos à suplementação (já que não precisam tanto) do que aqueles com baixo ECC. Portanto, para ser estratégico na alocação de recursos, podemos dividir o lote, formando grupos de animais com bom ECC e grupos de animais com baixo ECC.

Uma vez separados, podemos suplementar de forma estratégica os animais com maior potencial de resposta. Isso significa direcionar a suplementação mais intensiva para os animais com baixo ECC, permitindo que eles alcancem o ECC desejado de forma mais eficiente. Animais com bom ECC receberão suplementação de manutenção, garantindo que não haja desperdício de recursos e que todos os animais atinjam o ECC ideal ao parto (Figura 4).

Estratégia de suplementação na seca

Essa abordagem estratégica não só melhora a eficiência do uso de recursos, mas também garante que todas as vacas estejam em condições ideais para suportar a próxima estação reprodutiva e de lactação. A adoção de uma avaliação regular e precisa do ECC em momentos críticos do ciclo produtivo, como na desmama e no parto, permite ajustes contínuos e uma gestão nutricional mais precisa e eficaz.

Por fim…

A avaliação do Escore de Condição Corporal é uma ferramenta poderosa na gestão de sistemas de produção de gado de corte. Compreender a importância do ECC, realizar avaliações regulares e adotar estratégias nutricionais baseadas nessas avaliações permite aos produtores maximizar a eficiência reprodutiva, otimizar o uso de recursos e promover a saúde e o bem-estar do rebanho.

Implementar um plano nutricional estratégico baseado na avaliação do ECC é essencial para alcançar melhores resultados e maior lucratividade em fazendas de cria. Ao garantir que os animais estejam em boa condição corporal nos momentos críticos, como o escore de condição corporal ao parto, os produtores podem melhorar a eficiência do ciclo produtivo e garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo de suas operações.

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