Na pecuária de corte, algumas frases se repetem tanto que viram verdade — mesmo quando custam caro.
“Tá ganhando peso, então tá bom.”
“Se tá comendo e crescendo, tá tudo certo.”
“Suplementar é luxo, só gasto com ração.”
Esses raciocínios parecem inofensivos, mas escondem um problema sério: a falta de critério técnico na hora de avaliar a fase de engorda.
Afina, engordar é mais do que ver o boi crescer!
É entender o que ele está ganhando, com qual custo, e principalmente, o que volta no gancho.
É aqui que muita decisão errada nasce: do hábito. Do achismo.
E é sobre isso que precisamos falar — com dado, com lógica, com margem.
Se você quer tirar mais resultado da engorda a pasto, comece por aqui: dois conceitos que precisam entrar no seu radar.
Depois, aproveite para baixar o eBook completo com os 5 principais mitos que ainda limitam o desempenho nas fazendas.
1. O Peso da Verdade na Engorda a Pasto
“Mas sempre fiz assim e deu certo.”
Essa é, provavelmente, a frase mais repetida — e mais perigosa — da engorda a pasto.
Ela parece inofensiva, até confortável. Mas, no campo, conforto demais costuma custar caro no sistema de engorda.
Porque o que parece funcionar, às vezes, só está mascarando ineficiências invisíveis.
E quando o pecuarista percebe, já perdeu tempo, margem… e arrobas.
Nos últimos anos, a engorda a pasto tem ganhado mais atenção, especialmente com a consolidação da TIP (terminação intensiva a pasto) e o avanço das estratégias de suplementação. Mas, junto com isso, vieram também muitos “achismos de cocho” — frases prontas que viraram verdade por repetição, não por validação.
É sobre essas frases que a gente precisa falar.
Este capítulo é um convite — ou melhor, um desafio — para repensar algumas certezas da engorda.
Não como teoria de vitrine, mas com base em dados reais, composição do ganho, carcaça entregue no gancho e, acima de tudo, decisão técnica com impacto econômico.
Porque a engorda não perdoa erro na prática.
E o erro mais caro, quase sempre, é achar que está engordando… quando na verdade está só empurrando peso vivo sem resultados eficientes.
2. Engordar não é só ganhar peso
Todo mundo gosta de ver o boi “reagir”.
Ganhar peso, dar volume, “encher o olho” da balança.
Mas quem realmente entende a fase de engorda sabe:
nem todo ganho de peso é igual. E, mais importante, nem todo ganho volta no gancho.
A grande virada da fase de terminação está no que acontece dentro do corpo do animal.
O que antes era, em grande parte, músculo e crescimento estrutural, passa a ser deposição de gordura — interna e subcutânea, exigindo muito mais energia por quilo ganho.
- No começo da vida, o boi é eficiente. Cresce com pouco.
- Na engorda, ele começa a “acabar”. E acabar custa mais — principalmente se você quer uma carcaça bem feita.
É por isso que a gente precisa parar de tratar o GMD como se fosse um fim em si.
Um boi que ganha 1,3 kg/dia pode estar entregando uma carcaça excelente…
Ou pode estar só acumulando peso que não volta no gancho.
Tudo depende da composição do ganho. E essa composição muda radicalmente na fase final do ciclo.
O que ele mostra é claro:
Conforme o animal se aproxima do peso de abate, a proporção de gordura no ganho aumenta — e com ela, a exigência energética também.
Ou seja: ganhar 1 kg aos 350 kg é muito diferente de ganhar 1 kg aos 500 kg.
É por isso que avaliar desempenho sem entender composição corporal é perigoso no contexto da engorda.
Pode fazer você comemorar um número que, na prática, não representa rentabilidade.
Na fase de engorda a pasto, o que vale não é o peso que entra.
É a carcaça que sai.
E é com esse princípio em mente que vamos, agora, enfrentar 5 mitos que continuam limitando o potencial da engorda nas fazendas brasileiras.
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Mitos da Engorda a Pasto
Desconstruindo os achismos que travam o lucro na fase de terminação através do sistema de engorda a pasto.
- Por que 1 kg/dia de suplemento pode não ser suficiente
- Quando a TIP supera o confinamento
- O que o milho tem (e o que ele não tem)
- Como o pasto segue influenciando, mesmo com ração
- Quando usar aditivos deixa de ser custo e vira margem
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